Qualquer mulher que tenha feito dieta para emagrecer sabe que aquela
barriguinha demorou para ir embora ou, pior, ainda não foi. Isso porque a
gordura que se acumula na região é a mais resistente a regimes ou
exercícios. Má alimentação, postura, roupas apertadas, stress… Tudo
colabora para seu aparecimento. Quinze pesquisas publicadas sobre o tema
apontam quais são as principais causas do problema e o que fazer para
evitar. O endocrinologista Alfredo Cury, a fisioterapeuta
dermatofuncional Lucely Lustre, a nutricionista Marina Capela e o
cirurgião plástico Raul Gonzalez comentam algumas delas.
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1. StressUm estudo realizado em 2000 pelo
departamento de psicologia da Universidade de Yale completou as
informações já reconhecidas pela medicina de que o estresse leva ao
excesso de peso. Pelo novo levantamento, o cortisol, produzido em maior
quantidade quando o corpo se sente ameaçado, é o responsável pelo
acúmulo de gordura abdominal em mulheres, incluindo as magras. A
substância faz a gordura se acumular em volta dos órgãos. As
experiências realizadas confirmaram que as mulheres com gordura
abdominal secretavam maiores níveis do hormônio do que as que acumulavam
em regiões mais periféricas. Portanto, dormir bem, praticar exercícios e
promover momentos de relaxamento podem ser mais eficientes do que
cortar calorias quanto o assunto for estresse e acúmulo de gordura. “Boa
parte de culpa do acúmulo de gordura na zona abdominal deve-se a
herança familiar, mas há outros fatores que desencadeiam o aparecimento
de gordura na barriga. Um dos motivos pelos que se acumula gordura na
barriga é o estresse continuado”, diz o endocrinologista Alfredo Cury.
2. Produtos dietQuem
consome itens diet, sem açúcar, acaba ingerindo menos calorias, mas o
hábito tem suas contraindicações. O que é especialmente válido em dietas
de emagrecimento pode deixar o estômago distendido. O estudo foi feito
pela Universidade do Hospital de Charite, em Berlim, na Alemanha com
pessoas que tomavam refrigerantes diet ou chicletes sem açúcar. A
substância posta em cheque é o sorbitol, usado em alguns adoçantes. Ela
colabora para aumento de bactérias do corpo e ainda não é bem absorvida
pelo intestino, causando inchaço e gases.
3. Roupas apertadasO
cirurgião plástico Raul Gonzalez verificou aumento de 35% na procura de
lipoaspiração na região das laterais da barriga por adolescentes desde
1994. E uma das causas apontadas pelo especialista é o uso de roupas
apertadas, principalmente as calças jeans de cintura baixa. Ele afirma
que o tecido aperta uma área que precisa estar livre para o crescimento.
“Isso faz com que ocorra uma diminuição da nádega e um aumento da
gordura das ancas criando uma deformidade estética muito acentuada que
só pode ser corrigida por lipoescultura”, explicou. A fisioterapeuta
dermatofuncional Lucely Lustre acrescenta: “Roupas apertadas também
podem prender a circulação e piorar o quadro de celulite.”
4. Maiores riscos a doenças
A
circunferência da barriga deve ser considerada como índice de boa forma
e não apenas o Índice de Massa Corporal (IMC). Isso porque uma
pesquisa, publicada na revista Circulation, da American Heart
Association, aponta que quanto maior a área, maiores os riscos de sofrer
doenças cardiovasculares e diabetes. Foram avaliadas as medidas de 170
mil pessoas em 63 países e o risco é real mesmo em pacientes que não
apresentam sobrepeso ou obesidade. A explicação é que gordura abdominal
provoca resistência à insulina, hormônio responsável pelo metabolismo da
glicose, associada a vários problemas, como aumento de trombose e lesão
na parede dos vasos sanguíneos.
5. Doenças do coraçãoUm
levantamento feito pelo Projeto Corações do Brasil, coordenado pela
Sociedade Brasileira de Cardiologia, com cerca de 1,2 mil pessoas,
constatou que apenas 30% das mulheres e 55% dos homens estavam dentro
dos parâmetros recomendados pela Federação Internacional de Diabetes
(IDF) para circunferência e gordura abdominais. O volume na região é
reconhecido por 58% dos médicos como fator de risco significativo para
doença cardíaca segundo pesquisa realizada pela Shape of the Nations –
com o apoio da Federação Mundial de Cardiologia (World Heart Federation –
WHF) em 27 países. “A gordura em volta da cintura é a mais perigosa de
todas, porque está localizada por trás da parede abdominal, cercando os
órgãos internos, numa via direta para o coração e outros órgãos
importantes”, diz o endocrinologista Alfredo Cury.
6. Arroz integralPesquisa
feita por nutricionistas da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, que
analisaram a dieta de 2, 8 mil pessoas, comprovou que pessoas que
consumiam três ou mais porções de arroz integral diariamente tinham até
10% menos gordura visceral, que se deposita sobre órgãos como pâncreas,
intestino e fígado. O percentual não é pouco, pois ajuda a reduzir
visivelmente a barriga além de manter as artérias livres de gordura e
ajudar na saúde do coração.
7. VinagreReduzir em
até 80% o apetite e emagrecer até cinco vezes mais. Esses são
benefícios que podem ser conseguidos com o uso do vinagre, de acordo com
pesquisas norte-americanas realizadas, entre 2004 e 2005, pela
Universidade do Arizona (EUA), em um grupo de pessoas com sobrepeso. Os
voluntários consumiram duas colheres de vinagre diluídas em meio copo de
água por dia, meia hora antes das principais refeições e tiveram os
índices de triglicérides baixados e centímetros a menos na barriga. Tudo
se isso se deve ao ácido acético, que evita o acúmulo e insulina,
associado ao aumento de peso.
8. Consumo de fibrasDois
estudos associaram o consumo de fibras com menos medidas na
circunferência abdominal. Um deles foi o da Universidade do Sul da
Califórnia, nos Estados Unidos, e outro na Holanda. Pessoas que
consumiam mais de 10 g de fibras por dia apresentaram naturalmente menos
1 cm na barriga, sem dietas ou exercícios. Os especialistas apostam que
o motivo é que as pessoas que consomem mais alimentos rico em fibras
tendem a ingerir menos gordura e calorias. “Alimentos ricos em
proteínas, fibras e cálcio facilitam a manutenção e ganho de massa magra
e funcionamento intestinal. E os carboidratos complexos (massa, pães,
leguminosas, cereais) fornecem energia e manutenção de massa magra”,
explica o endocrinologista Alfredo Cury. “As pessoas estão cada vez mais
sedentárias e consumindo alimentos cada vez mais calóricos, ricos em
gordura e sódio, como fast food, alimentos processados ricos em farinha
branca e açúcar. Além de fermentarem com facilidade, deixando a barriga
estufada, esses alimentos são convertidos rapidamente em glicose, o que
provoca a liberação de altas doses de insulina, hormônio responsável
por, entre outras funções, armazenar o excesso de glicose no tecido
adiposo”, diz Marina Capela, nutricionista da Clínica Dicorp.
9. Óleo de cocoVoluntários
que consumiram óleo de coco em receitas ou sobre os pratos das
principais refeições diárias conseguiram perder peso mais rapidamente e
principalmente na região da barriga. A conclusão é de um estudo da
Universidade de Columbia. Com a ajuda do óleo, foi registrada sete vezes
mais perda de medidas do que em uma dieta comum. O produto pode ser
tomado em colheradas (de três a quatro colheres de sopa por dia),
misturado em sucos, receitas ou ainda usado como tempero.
10. Proteínas de laticíniosAjudam
a eliminar gordura corporal, segundo pesquisa do Departamento de
Cinesiologia da Universidade McMaster, no Canadá. Grupos de mulheres
foram submetidas a dietas de emagrecimento e a práticas de exercícios. A
rotina foi idêntica, mas a dieta de um dos grupos continha alto teor de
proteínas de laticínios, vindas de alimentos como queijo, leite e
iogurtes. Nesse, a perda de gordura corporal foi maior, com aumento da
massa magra, maior ganho de força e o dobro de eliminação nas medidas da
barriga.
11. Desequilíbrio hormonalO culpado é o
excesso de estrogênio. A informação vem do médico americano C. W.
Randolph, especialista em desequilíbrio hormonal, autor do livro “De
pneuzinho a tanquinho”, publicado no ano passado. O hormônio em doses
exageradas aumenta a gordura corporal, fazendo o tecido adiposo produzir
e armazenar ainda mais estrogênio. O corpo fica incapaz de usar essa
gordura armazenada para gerar energia de forma eficaz, comprometendo a
capacidade do corpo para queimar gordura. O resultado é o peso extra que
não vai embora, mesmo quando se faz exercício ou se come menos. Além da
barriga persistente, alguns sinais de que você pode sofrer com
desequilíbrios hormonais são alterações fortes de humor, fadiga, muita
dor de cabeça, ansiedade, irritação, choro por qualquer motivo, lapsos
de memória, fluxo menstrual intenso, incontinência, seios fibrocísticos,
diminuição da libido, seios doloridos e sensíveis e retenção de
líquido.
12. Alimentos que ajudamDiversas
pesquisas são feitas a fim de se investigar os benefícios de alguns
alimentos. Muitos deles apresentam nutrientes que colaboram para
eliminar a gordura da barriga. Confira alguns apontados como
fundamentais pelo site Weight Loss: aveia ajuda a manter a sensação de
saciedade e ajuda a resistir ao consumo de doces; mirtilos; amêndoas com
quantidades de gordura saudável que ajuda a perder medidas na barriga;
vegetais com alto teor de fibras. “Devido à má alimentação, jovens, por
volta dos 15 anos, estão apresentando colesterol alto, além de não
praticarem atividades físicas”, disse a fisioterapeuta dermatofuncional
Lucely Lustre.
13. RefrigerantesO aumento da
circunferência abdominal é um dos sinais da síndrome metabólica,
caracterizada pela associação de fatores de risco para as doenças
cardiovasculares, vasculares periféricas e diabetes. Uma pesquisa do
Instituto Framingham, em Boston, Estados Unidos, aponta que pessoas que
bebem refrigerantes todos os dias, pelo menos um, são mais propensas a
sofrer do problema. Entre os pesquisados, o consumo diário de
refrigerante mostrou um aumento de 48% na prevalência da síndrome em
comparação aos indivíduos que consomem menos de um refrigerante por dia.
14. InsatisfaçãoApenas
8% das mulheres estão totalmente satisfeitas com o seu corpo e os
principais vilões são o peso e aspecto da barriga, com 69% das
reclamações. Os dados são de pesquisa feita pela rede de clínicas de
estética Onodera. Os seios, nádegas e excesso de peso aparecem como as
principais causas de insatisfação. Vinte e um por cento se disseram
insatisfeitas com o corpo e 71% gostam de algumas partes.
15. SedentarismoDados
do Ministério da Saúde comprovam que no Brasil, o comportamento das
pessoas segue uma tendência mundial, o aumento do sedentarismo, o que
ajuda a ganhar barriga. Entre as mulheres, 24,6% não costumam praticar
atividades físicas. Quando atingem a terceira idade, no entanto, o
percentual cai para 18,9%
Por : Alisson victor
Equipe Só Maromba